O esquema, segundo a COGEPOL
Seguradoras:
Após um veículo com seguro ser roubado ou furtado, um mês após o delito, em média, o proprietário recebe uma indenização da seguradora. O veículo, neste momento, tem sua propriedade alterada: da vítima do delito passa para a empresa de seguro. O Documento Único de Transferência (DUT) passa a ser preenchido em nome da seguradora. Caso a seguradora recupere o carro, ela ficará como proprietária e poderá revender. Por enquanto, a investigação identificou a participação de uma seguradora no esquema. O nome da empresa não é revelado.
Recuperadoras:
As recuperadoras trabalham tentando localizar veículos que foram indenizados para que a seguradora diminua seus riscos e prejuízos. A investigação identificou que policiais civis fornecem informações para as recuperadoras de onde estão os veículos encontrados, para que elas possam localizar os automóveis e auxiliar as seguradoras. A apuração aponta que o policial preso era proprietário de uma recuperadora. A investigação da Cogepol detectou três recuperadoras que faziam parte do esquema.
Policial civil:
Os policiais afastados alugavam suas senhas do Sistema de Consultas Integradas da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Rio Grande do Sul para que as recuperadoras fizessem a pesquisa e pudessem localizar o veículo. Assim, era possível saber onde o veículo estava recolhido, no caso, em qual depósito. Em outros casos, os policiais recebiam listas com placas de veículos e devolviam com as pesquisas realizadas. Os policiais também trabalhavam como facilitadores para as recuperadoras para que o carro não constasse mais como roubado ou furtado no sistema da Polícia Civil. Onze policiais foram afastados de suas funções públicas, um deles foi preso temporariamente. Os nomes dos servidores investigados não foram revelados..