O Ministério Público (MP) de Indaiatuba começou a ouvir o grupo de empresários do setor de funilaria e pintura que apresentaram denúncia contra as regras impostas pelas empresas de seguros automotivos no conserto de veÃculos danificados. A denúncia foi apresentada ao MP em agosto de 2004.
No final de novembro, os empresários entregaram um dossiê ao promotor de Justiça que estava cuidando do caso na época, Marcus Patrick de Oliveira Manfrin, contendo 160 páginas de documentos que mostram irregularidades que estariam sendo praticadas por empresas do seguro de automóvel.
O proprietário da Rokokó Reparação Automotiva, Paulo de Moraes, que integra o grupo que apresentou a denúncia, foi ouvido na quarta-feira pela promotora de Justiça substituta Flávia Cristina Merlini Ceneviva, que está cuidando do caso agora. Moraes reclama que as seguradoras estão tirando o direito do consumidor de escolher oficinas de sua confiança para consertar os carros em caso de acidentes. "O segurado só pode usar a rede credenciada de oficinas, à qual são feitas exigências absurdas que são vantajosas apenas para as seguradoras. Para garantir o lucro na prestação de serviços, os profissionais são incentivados a sonegar impostos e usar peças que não são originais, até mesmo de desmanches", denuncia.
O Sindicato da Indústria de Funilaria e Pintura do Estado de São Paulo (SINDIFUPI) há três anos vem cobrando ações do Governo Federal para inibir o que eles entendem como um abuso por parte das seguradoras.
*Matéria publicada no jornal "Cidade e NotÃcia", da cidade de Indaiatuba (SP).